A osga e a formiga
Ontem a noite foi de reboliço!
Uma osga resolveu entrar sem ser convidada. O escritório ficou um caos, fechei a porta e calafetei-a pelo lado de fora, preparando-me para não entrar nesta assoalhada pelo menos por três semanas (o tempo que calculei que, com segurança, a bicha levaria a morrer à fome e à sede, eu que nem percebo nada de osgas). Antes tinha-me armado de esfregona para a matar, mas o pacifista aqui de casa pôs a vida da bicha acima da minha tranquilidade e bem-estar e fui proibida de cometer o crime. Ainda assim matava-a, a questão é que aqueles cinco centímetros de réptil pareciam ter 200 CV e 8 cilindros, viajando pelo chão e paredes a uma velocidade inalcançável pela esfregona, empunhada por uma mão nervosa e cheia de medo.
Vencida, fui deitar-me deixando bem fechadas todas as portas que separam o escritório do quarto, a rogar pragas à osga e a quem me pedia que fosse racional, que uma osga é bicho inofensivo que come mosquitos e foge das pessoas. Quero lá saber, mesmo assim não gosto de osgas e como não há mosquitos cá em casa ela morre de fome em três semanas, no máximo!
Ele lá percebeu que eu não estava nada bem e, com todo o cuidado para não a matar ou magoar, conseguiu "caçá-la" e pô-la na rua. Antes fotografou-a para que eu pudesse apreciar-lhe a beleza, ou o encanto, ou sei lá o quê. Aí pelas 4:00 a.m. fui acordada por uma luz intensa à frente dos olhos e um minha querida olha aqui. Eram as fotografias da osga, a notícia de que já tinha partido e o relato detalhado da caça à bicha.
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