segunda-feira, janeiro 31, 2005
Por casualidade vi recentemente duas emissões do concurso "Um Contra Todos". Das duas vezes os concorrentes escolheram sempre perguntas de grau difícil em todos os temas e qualquer delas era objectivamente hiper-fácil. Ainda assim, os próprios sentiram enormes dificuldades em escolher a opção certa, mostrando uma enorme falta do conhecimento mais básico.
Ontem mesmo lá estava um rapaz que tinha fortes suspeitas de que o Cabo Espichel era próximo de Peniche, que a escritora Matilde Rosa Araújo era autora de livros de ficção científica. Mostrou ainda sérias dúvidas na escolha da resposta à pergunta "como se designa o conjunto de animais característicos de uma determinada região?" sendo que as alternativas eram A-zoologia, B-fauna e C-biodiversidade. A "A" excluiu porque sabia que zoologia era a ciência que estuda os animais, o drama esteve entre a "B" e a "C" porque não tinha tido biologia no 12º ano mas sim físico-química.
Enfim, e outras coisas que nem me lembro e de qualquer forma são más demais para quem tem habilitações superiores à 1ª classe e, seguramente, mais de duas décadas de vida.
Outro apontamento de reportagem que merece destaque é o que se refere a um dos dedos do Malato que sistematicamente salta para a narina mais necessitada de desentupimento. Tal deve ser a frequência do gesto que, mesmo sendo um programa gravado e editado em estúdio, os técnicos não conseguem cortar aquelas partes nojentas.
Cheiros
Há determinados cheiros que só ficam bem nos sítios onde a memória nos faz achar que é lá que pertencem.
Há um sabonete que aqui em casa não cheira tão bem como noutra casa. Parece que está desenquadrado... será por ser oval?!
Bem, eu sou estranha com esta coisa dos cheiros!
Definitivamente
A segunda feira é um dia a excluir do calendário. Lá o mês de Setembro por mim pode continuar - desde que esteja bom tempo - que não sou como certas e determinadas pessoas!
Se o programa de algum dos partidos políticos que vai apresentar-se a eleições tiver lá no meio do programa esta proposta, acaba-se a minha indecisão (branco ou abstenção?).
sexta-feira, janeiro 28, 2005
Quem disse que não está frio?
Brrrrr!
Esperavam pior? Não chega já?!
A Protecção Civil é fantástica nestas coisas pinta um cenário tão negro que depois as pessoas acham que afinal não é tão mau assim.
Eu acho que está um gelo e não me venham com tretas.
Vou aquecer-me e depois volto
Véspera de sábado
Pronto, já é sexta-feira, o meu dia favorito!
Bem sei que o panorama não é o melhor que quando o dia é reservado para discutir assuntos sérios com chefes que se repetem à exaustão a coisa não se afigura assim muito boa. É exasperante ouvir vinte vezes a mesma coisa e eu já optei por os olhar bem nos olhos com uma expressão muito séria quando passa da segunda para a terceira repetição, para que percebam que já estou a começar a perder a pachorra.
O meu QI é acima da média - isso nota-se e é reconhecido lá pelo trabalho - e o meu QE é elevadíssimo começando a baixar na exacta medida em que unzinho qualquer idolatra as suas ideias e ama ouvir a própria voz.
Vou fazer uma meditação transcendental para aguentar a parte do dia em que estarei requisitada a ouvir a oratória e durante esse tempo todo cuidarei de inspirar e expirar por forma a não perder as estribeiras e sair dali para fora a dizer eu tenho mais que fazer e quero ter tempo para estudar o assunto sozinha. Garanto que só vou suportar a manhã. Vou mais cedinho, despacho logo a coisa e a tarde é minha!
O jantar num restaurante fechado só para nós e música ao vivo tocada à séria, podia ser um bom começo mas outros desafios são mais prometedores. Acho uma certa graça às escapadelas justificadas com desculpas esfarrapadas sobretudo se são planeadas em grupo e esta "fuga" ao jantar já deu para bons momentos de gargalhada durante a semana principalmente na parte da invenção das desculpas. Foi tudo planeado desde o conteúdo da primeira mentirinha até ao momento em que tinha de ser dita. Agora falta a segunda parte que será resolvida logo pela manhã e já está.
Vou mas é preparar-me para o fim-de-semana que aí vem e aproveitar para gozar intensamente minuto após minuto, até ao minuto final.
quinta-feira, janeiro 27, 2005
Homeless
Não sou capaz de escrever sobre isto sem fazer um tratado ou variar para assuntos colaterais mas tenho de dizer que ao sentir este frio todo na rua, parte-se-me o coração quando penso – e penso muito e penso sempre – nos que não têm uma casa para dormir.
Sou uma privilegiada e agradeço repetidamente, a quem tenho de o fazer, por ter uma casa confortável e quentinha que me acolhe e é o meu abrigo de todos os dias.
quarta-feira, janeiro 26, 2005
Se um dia um desconhecido lhe der beijinhos isso é: carinho!
No Metro, uma estação depois da minha entrou um rapaz, talvez tivesse trinta anos, com traços ligeiros de ser portador de Síndrome de Down. Cheirava a quem não toma banho vai para mais de um mês mas nem o cheiro pestilento lhe escondia as feições bonitas e uma forma de falar que deixava transparecer uma educação cuidada. De vez em quando deitava um olhar perdido para o fundo da carruagem e gritava um “olá, tá boa?” sabe-se lá para quem. Em hora de ponta o rapaz ficou com mais de um metro quadrado só para ele. Era olhado de lado por quem estava perto com o receio expresso na cara de ser alvo da saudação de quem sofre de alguma perturbação e que por isso, simplesmente por isso, tem uma potencial violência dentro de si pronta a explodir a qualquer momento.
Eu estava a ler e de vez em quando levantava os olhos para observar as reacções do rapaz e as dos outros. Pensei como se sentiria se tivesse capacidade de avaliar o medo que provocava na generalidade dos que ali estavam. Iria surpreender-se seguramente. Pensei na família, que triste ficaria sempre que se apercebia que aquele rapaz amedrontava os normais com quem contactava. Pensei que se fosse eu a estar no lugar do rapaz ou da sua família sofreria imenso com a reacção dos outros e tudo isto despertou em mim imensa compaixão e solidariedade.
A meio do percurso deixou cair um jornal – o Destak – e apanhou-o em seguida dando umas palmadinhas nas costas de uma rapariga que estava mais perto e que de vez em quando o olhava de soslaio para tentar perceber se corria perigo por se encontrar nas imediações. Ela fez de conta que nem sentiu aquelas pancadinhas desejosas de atenção que vinham acompanhadas de um “não faz mal, está tudo bem, eu já apanhei, não faz mesmo mal”. Chegada ao destino passei por ele quando me dirigi para a porta da carruagem. Disse-me o “olá, tá boa?” com que vinha saudando sabe-se lá quem. Não pude evitar sorrir-lhe depois daqueles meus pensamentos todos de que foi ele o protagonista. Prontos, foi o suficiente para despoletar uma reacção despropositada e hiper-carinhosa que consistiu num tímido abraço e numas beijocas depositadas no meu braço direito. O que faz um sorriso, pensei! Saí com uma despedida dele num sorriso rasgado: “até amanhã!” - até amanhã, respondi-lhe - e segui caminho interrogando-me sobre se tinha sentido o meu afecto ou se se tinha tratado de um impulso inusitado.
segunda-feira, janeiro 24, 2005
Acabou!
Hoje não leio mais nada senão a maldição apanha-me e fico mesmo profundamente deprimida o resto do dia!
Ai que isto não está a correr nada bem!
Não chegava saber desta coisa do dia infeliz, senão quando leio que também uns investigadores britânicos (serão os mesmos?) fizeram um estudo cuja conclusão é ser mais saudável nunca fazer a cama onde dormimos. Estes ingleses estão todos doidos! Não bastava os membros da família real sofrerem de uma doença degenerativa garvíssima que lhes dá forte e feio para a asneira, para agora começar a alastrar-se aos mestres lá do sítio?
Dizem eles que se não fizermos a cama a humidade é menor e os ácaros desidratam e morrem!
Ó Senhor Stephen Pretlove, isso é o que o senhor diz à sua mulher para se esquivar a uma tarefa doméstica? Ao menos cá em casa há mais sinceridade e essas desculpas esfarrapadas com toque científico não colam.
Já agora não tem aí uma dessas para a loiça suja?
Inacreditável!
Eu achava que essa coisa do dia mais deprimente do ano era uma coisa pessoal de uma das visitantes deste blogue - desculpa Brígida mas tu é que és britânica, vives debaixo desse nevoeiro constante, sempre dada a depressões, amante de uns copitos a mais, fã de calorias em excesso - mas afinal é qualquer coisa mais alargada!
Os investigadores da Universidade de Cardiff, no Reino Unido estabeleceram uma fórmula que aponta o dia 24 de Janeiro como mais propício à infelicidade e à depressão.
Digam-me que isto não está a acontecer! Existe uma fórmula para isto? A matemática também serve para estas coisas? E há especialistas a calcular o dia mais triste? Ainda não acredito...
A fórmula para cálculo da infelicidade é: 1/8W+(D-d) 3/8xTQ MxNA.
As variáveis são: W (estado do tempo); D (valor da quantia em dívida); d (ordenado de Janeiro) e T (tempo que passou desde o Natal). Havendo ainda a considerar Q (período desde que se falhou numa tentativa de deixar um vício); M (níveis de motivação) e NA (a necessidade de agir e fazer alguma coisa quanto à situação).
Senhor Professor Cliff Arnalls, quer que eu lhe mande um mail com uma lista de assuntos bem mais agradáveis e utéis para ocupar os seus dias? É só dizer, não incomoda nem dá trabalho nenhum. Disponha, senhor professor!
Nota: a insanidade destes rapazes revela-se na forma usada na variável D e d para indicar, respectivamente, a dívida pessoal e o ordenado de Janeiro. Ora, ora. Estão a brincar, não?!
domingo, janeiro 23, 2005
Vira do disco e toca o mesmo
A propósito da Carla Bruni tenho a dizer que as baladas cantadas em francês são lindíssimas.
Sou viciada em música francesa!
(e bolo de chocolate, que já acabou)
Analogias
Acabei de saber que houve um sismo esta madrugada com epicentro no Sobral de Montagraço.
Espera-se agora uma onda de frio que deverá chegar a partir de amanhã.
Já está!
Se bem pensei, melhor o fiz!
Lá está ele no forno a crescer, a cozinha arrumada e agora é só esperar meia-hora para acabar de cozer e desenformar.
A vizinhança nem deu pela batedeira e por isso não houve reclamações.
Eu fico mais feliz que sempre achei que uma casa com bolo é mais acolhedora.
Ceia
Vou agora mesmo fazer um bolo de chocolate para cear daqui a umas horas e poder deliciar-me ao pequeno-almoço!
Se os vizinhos se queixarem do barulho da batedeira faço outro para os subornar.
Só para contrariar
O Senhor Murphy inventou uma lei que nem sempre é certa! Mesmo quando tudo pode correr mal há sempre a probabilidade de correr bem.
sábado, janeiro 22, 2005
Dia lindo!
Hoje estou por minha conta que não tenho as crianças!
Parece que está um dia lindo e chovem telefonemas para que não o desperdice em casa. Os programas são do mais diverso mas todos para aproveitar o sol: praia, esplanadas, a quinta do M...
E agora? Apetecia-me tanto ir mas também me apetece tanto ficar em casa que durante a semana não tenho tempo para a desfrutar, gozar o quintal, arranjar as plantas, ouvir a minha música - hoje a Bruni - fazer um bolo para o chá, dormir uma sesta...
O cheiro a Primavera lá fora tenta-me, resta decidir se vai ser um programa interior ou exterior.
Um pé na havaiana outro na sandália de strass
Na música, como em quase tudo na vida, puxa-me um pé para a singela e confortável havaiana outro para a mais sofisticada sandália comprada na Rosebud. Claro que, por força das circunstâncias e do orçamento, também me vão bem umas botas ou sandálias de design bonito e muito confortáveis, de uma loja onde nada é tanto ao mar nem tanto à terra.
Isto a propósito da música que hoje não me sai do ouvido e que se calhar puxa mais para a havaiana do que para a sandália da Rosebud:
"(...)
Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit
que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?
(...)”
Carla Bruni prepara-se para vir de mula para este computador!
sexta-feira, janeiro 21, 2005
Vida nos limites da imaginação ou estranha forma de vida
Com a notícia de que a música rock chegou a Titan levada pela sonda Huygens para ser escutada por eventuais extraterrestres que assim passam a conhecer um fragmento da nossa cultura, veio-me uma vez mais a ideia que a imaginação do Homem tem limites muitos curtos ou a minha vai muito além do razoável, lado a lado com uma ignorância ilimitada.
Isto porque sempre que imagino um ser extraterrestre não passa por um andróide verde, com olhos, nariz, língua numa boca e membros superiores e inferiores. Nem sequer consigo imaginar o corpo ou qualquer realidade física com cinco sentidos iguaizinhos aos nossos. Porque é que têm de ter visão, audição, tacto, olfacto e paladar? E ao levar-lhes música estamos a presumir que vêem o CD, têm uma Hi-Fi lá em casa e uma audição que lhes permite ouvir os nossos decibéis. Mesmo antes das características físicas dos ET’s interrogo-me porque é que apenas se coloca seriamente a questão da vida em planetas onde exista água. Para nós é fundamental mas para estranhas formas de vida sê-lo-á também?
Li que a probabilidade de um planeta habitado se situar a menos de 200 anos-luz da Terra é muito pequena, o que significa que se os estranhos seres nos estivessem a observar não nos veriam nos dias de hoje mas sim há duzentos anos atrás. Tudo por causa da velocidade da luz. E porque é que nós achamos que eles não têm tecnologia que lhes permita viajar mais rápido do que a luz?
E para que estou eu preocupada com estas coisas se me fascinam mas não as consigo entender?!
Por último aqui está o que nós pretendemos que certos ET's ouçam um destes dias.
terça-feira, janeiro 18, 2005
quinta-feira, janeiro 13, 2005
Receita de mim
Hoje tomei consciência que não passo de um cocktail de oxigénio, hidrogénio, azoto, carbono, cálcio, enxofre e mais umas coisitas destas - à venda em qualquer farmácia ou drogaria - que se juntaram de uma forma especial para dar eu.
E agora interrogo-me: como é que uma mistura daquelas dá uma coisa destas? É uma complicação tão simples...
quarta-feira, janeiro 12, 2005
quarta-feira, janeiro 05, 2005
Sonho
As primeiras palavras trocadas esta manhã:
- Bom dia!
- Já regressou aos Estados Unidos.
- O quê? Estás a sonhar?
- Estava!
- Com quê?
- Que tinham mudado a unidade métrica nos Estados Unidos.
O inconsciente tem lá as suas motivações...
Stress
Voltar ao trabalho depois de uma semana e qualquer coisa de férias não é fácil. Acordar muito cedo, sentir o frio da manhã depois de sair de uma cama quentinha, pensar na roupa durante o banho para não parecer que é sempre a mesma toilette - quem depende dos básicos com a mesma intensidade que eu sabe bem o que é isto de ter tanta coisa semelhante -, enfrentar o transporte público - porque mesmo sem qualquer sombra de dúvida de que esta é a opção civilizada, custa. A acrescer, ouvir chefes que não têm capacidade para enfrentar catadupas de trabalho sem stressar e que contagiam a irratibilidade ao mais calmo dos subordinados, é dose.
Hoje entrei num gabinete e dei com um colega a bater os pés no chão com toda a força - género criança com birra a rebolar no chão de um supermercado - enquanto atendia um telefonema de outro colega. Não é normal, não é de alguém com tino e responsabilidade!
Apetece voltar para o frio, para a neve e também para o sol daqueles dias que passaram e regressar quando os humores melhorarem.
terça-feira, janeiro 04, 2005
2005
O desejo que 2004 chegasse ao fim era imenso. Foi um ano desgastante, não me trouxe muitas coisas boas e parece não ter sido ingrato apenas para mim. Recebi alguns sms's de desejo de feliz 2005 de pessoas que celebravam com mais intensidade e alegria o fim de 2004 do que o início do novo ano.
Não sou dada a balanços ou a propósitos especiais só porque o calendário volta ao dia 1 de Janeiro mas invadiu-me uma particular sensação de alívio quando soou a última das doze badaladas que anunciou o fim de 2004. É que não pude deixar de pensar que se aquele ano se tivesse prolongado por mais uns tempos acontecia qualquer outra tragédia.
Agora resta-me desejar que 2005 seja um ano bom, iluminado. Que estes trezentos e tal dias que aí vêm sejam de realizações, concretizações, felicidade e que nada ensombre a minha vida nem as vidas daqueles com quem gosto de partilhar a minha.