sábado, julho 30, 2005
A roulote já está enganchada no Toyota e o avançado logo a seguir.
Hoje fomos ver o local para férias e decidimo-nos por um agradável parque de campismo entre Setúbal e Galapos. Visto do mar tem uma aparência fantástica e, mal vimos, achámos que era ali o nosso paraíso dos próximos dias. Tem ares de serra e de mar, o que é muito saudável. Manhã de praia e tarde de campo é o programa ideal para férias. De regresso a casa preparámos tudo para a partida: os fatos de banho, chinelos e calções, mais umas camisetas e camisolitas para as noites frescas. Se for preciso mais alguma roupa vem-se buscar a casa que sempre é perto e escusamos de ir muito carregados. Só se leva o indispensável! Arrumei as bacias e os penicos – que à noite dão jeito para quem fica no avançado –, meia dúzia de lençóis e mantinhas – que ainda não foi este ano que comprámos os sacos cama – e a caixa de primeiros socorros. Carreguei o petromax, limpei a gaiola do canário, cozi o arroz de cenoura com aparas para o cão, o repelente não está esquecido, tachos e panelas, fogão e aquecedor, pratos copos e talheres de plástico para ter menos trabalho, os baldinhos as formas e as pás, o chapéu de sol que a sagres nos ofereceu há cinco anos na festa de natal dos trabalhadores, as cadeiras versáteis que dão para a praia e para o campo, carpetes para o chão e lá vamos os sete na nossa casinha rolante de 4 assoalhadas com capacidade para 12 pessoas. Como às vezes vai lá ter a comadre da nossa prima da França e gostamos muito de receber, levamos também dois igloos para o que der e vier, ou seja, para quem for e ficar.
Vão ser umas férias de sonho, mas não fiquem com inveja: somos generosos e quem se quiser juntar é bem-vindo.
sexta-feira, julho 29, 2005
O dia desejado
Chegou, finalmente, o dia tão esperado e desejado: último dia de trabalho, primeira tarde de férias.
A parte chata vai ser a da despedida. Não que estas despedidas me custem, antes pelo contrário, significam férias bem merecidas e com quem gosto de estar. A parte dos beijinhos aos coleguinhas e desejar boas férias aos que vão e bom trabalho aos que ficam é que é terrível. Estes beijinhos, que fazem parte da rotina, eram perfeitamente dispensáveis.
terça-feira, julho 26, 2005
Apetite de formiga
Um bife do Café Império.
Já sei que hoje não vou comê-lo, mas era mesmo o jantar desejado. Também sei que não sossegarei este apetite enquanto não me voltar a babar com aquele molho deliciosamente "antigo", a saber a infância.
segunda-feira, julho 25, 2005
Greek Tragedy - um blog de sucesso
quarta-feira, julho 20, 2005
Há pêras no Alentejo
A coisa não vai nada bem quando o nosso ministro da agricultura, que troca o "lhe" pelo "le" - género eu "dou-le", que coisa tão feia -, vem dizer que vai cá trazer a representante da Comissão para que ela veja (que falta de tudo referir-se à senhora desta forma) o efeito da seca no Alentejo. Vai mostrar-lhe e demonstar-lhe que o Alentejo é uma zona com imensa potencialidade para qualquer espécie de cultura de regadio, tanto mais que até por lá há um pomar de pêra rocha que é um exemplo de produtividade.
Mal vai o País nas mãos de quem não sabe falar e menos ainda o que diz. Avise-se o senhor ministro que o pomar de pêras no Alentejo deve ser lindo e viçoso mas que cada quilo por lá produzido deve custar o dobro do que custaria se a produção fosse incentivada na zona dela. Informe-se o senhor ministro que aquela terra é boa para madeira, girassol, sobreiro e outros géneros característicos da zona. Esclareça-se o senhor ministro que não deve lutar contra a natureza, mas antes colaborar com ela. Pede-se-lhe, exige-se-lhe, que não estrague mais Portugal nem o nosso português.
Está tudo tão pequenino
Ando muito apoquentada (acho que nunca tinha escrito esta palavra mas é a que verdadeiramente exprime a minha apreensão). À minha volta é tudo pequeno, muito pequeno. Agrava-se com a falta de nitidez, está tudo desfocado. Eu digo cá para mim que é o mundo que anda assim, a mingar. Tudo o que se me atravessa à frente está pequeno e pouco nítido.
Já aqui me queixei do verão que também me está a parecer mínimo, os fins-de-semana então são minúsculos, as pessoas estão pequeninas e o bem mal se vê.
Das letras dos livros, dos jornais e dos monitores dos computadores, nem vale a pena falar. Parece que tudo - à excepção da crise, talvez - entrou numa fotocopiadora em tamanho A3 e saiu em formato A5.
Claro que o problema é meu, estou aqui com estas coisas para dizer que "não vejo um boi", é só bezerros.
Ontem, na minha secretária estava a trabalhar com os meus óculos, outros da loja dos chineses com 3 dioptrias em cada lente - não me deve ter feito nada bem - e uma lupa formato A4. Ia mudando à medida que precisava de ver mais longe, mais perto ou ali ao lado. Deve ser cansaço mas isso não me consola. Já não leio na cama porque os óculos não se ajeitam com a almofada, ao fim do dia também já não consigo ler o meu livro na viagem de metro e parece-me que todos os dias a coisa se agrava. Vou aproveitar as férias para ver se melhoro, se é tudo do esforço e vou marcar amanhã mesmo uma consulta para quando regressar.
segunda-feira, julho 18, 2005
Truz *
Quando o dia já não tem horas que cheguem para despachar tanto trabalho a solução é fechar a porta do escritório, ir para casa recuperar forças e desejar que o dia seguinte nos traga uma capacidade sobrenatural para fazer tudo o que não foi feito e tem prazo a acabar.
Nunca estive a tão poucos dias de férias e, ao mesmo tempo, a senti-las tão distantes, como este ano. Será que arranjo forças para lá chegar?!
E pior é que o verão está a escapar-se-me. Não me queixo da falta de calor ou de sol mas da falta de tempo para aproveitar o bom tempo.
domingo, julho 17, 2005
Le ciel dans une chambre
Quand tu es près de moi,
Cette chambre n'a plus de parois,
Mais des arbres oui, des arbres infinis,
Et quand tu es tellement près de moi,
C'est comme si ce plafond-là,
Il n'existait plus, je vois le ciel penché sur nous...
qui restons ainsi,
Abandonnés tout comme si,
Il n'y avait plus rien, non plus rien d'autre au monde,
J'entends l'harmonica... mais on dirait un orgue,
Qui chante pour toi et pour moi,
Là-haut dans le ciel infini,
Et pour toi, et pour moi
Quando sei qui con me
Questa stanza non ha piu pareti
Ma alberi, alberi infiniti
E quando tu sei vicino a me
Questo soffitto, viola, no
Non esiste più, e vedo il cielo sopra a noi
Che restiamo quì, abbandonati come se
Non ci fosse più niente più niente al mondo,
Suona l'armonica, mi sembra un organo
Che canta per te e per me
Su nell'immensità del cielo
E per te e per me.
mmmhhhhhhhh
Et pour toi, et pour moi.
mmmhhhhhhhh
Cette chambre n'a plus de parois,
Mais des arbres oui, des arbres infinis,
Et quand tu es tellement près de moi,
C'est comme si ce plafond-là,
Il n'existait plus, je vois le ciel penché sur nous...
qui restons ainsi,
Abandonnés tout comme si,
Il n'y avait plus rien, non plus rien d'autre au monde,
J'entends l'harmonica... mais on dirait un orgue,
Qui chante pour toi et pour moi,
Là-haut dans le ciel infini,
Et pour toi, et pour moi
Quando sei qui con me
Questa stanza non ha piu pareti
Ma alberi, alberi infiniti
E quando tu sei vicino a me
Questo soffitto, viola, no
Non esiste più, e vedo il cielo sopra a noi
Che restiamo quì, abbandonati come se
Non ci fosse più niente più niente al mondo,
Suona l'armonica, mi sembra un organo
Che canta per te e per me
Su nell'immensità del cielo
E per te e per me.
mmmhhhhhhhh
Et pour toi, et pour moi.
mmmhhhhhhhh
Carla Bruni
terça-feira, julho 12, 2005
Vai um blog a leilão
Ando estafada demais para escrever o que quer que seja, que não seja exclusivamente profissional.
Não quero mais dias de entrar às 9:00 am e sair às 9:00 pm, porque ainda não tive férias e uma formiga não é de ferro.
Como não me apetece escrever, vou fazer um template para um blog. Acho giro descobrir o que se faz com HTML, é uma espécie de desafio, de passatempo. Num dos primeiros posts escrevi que se há quem faça "bolos para fora", eu posso fazer "blogs para fora". Vou meter mãos à obra e um dia destes deixo aqui o link e ponho-o a leilão.
Será que há compradores de templates de blogs?
segunda-feira, julho 11, 2005
Profecia
Quando era adolescente e comecei e ter noção do Mundo ouvia dizer em casa que o problema do mundo ocidental não era o comunismo mas sim o islamismo, os fundamentalistas que, diziam-me nessa altura, iriam entrar na Europa pela Turquia. Naquele tempo ainda não conseguia perceber o motivo, o comunismo assustava mais, estava mais perto. Agora compreendo o "profeta".
domingo, julho 10, 2005
Dores de crescimento
Devo estar a crescer tardiamente.
Já votei num partido político - o mesmo anos a fio - com convicção de que, na quase totalidade dos assuntos, à excepção de uma ou duas beliscaduras que não afectavam demasiado, a ideologia era perfeita, que me identificava profundamente com o programa partidário. Embandeirei as cores do partido na Alameda, na Avenida da Liberdade, no Pavilhão Carlos Lopes.
Já tive convicções religiosas quase inabaláveis, que me faziam entrar na Igreja sem dúvidas sobre a minha integração naquela comunidade. Sentia-me da família de todos aqueles que comungavam ao domingo e comungava também sem a sombra do pecado a toldar-me a consciência.
Hoje já nada é assim!
Sempre do lado da direita - porque essa barreira ainda não passei - voto num ou noutro consoante dá jeito e me parece mais acertado em dado momento ou para um fim determinado. Posso votar num partido nas eleições legislativas e noutro para as autárquicas sem que em qualquer dos votos sinta que vá a devoção que antigamente acompanhava a cruz.
À igreja já não vou muito. Sinto-me bem quando lá estou mas questiono-me sobre se estarei no lugar certo. Compreendendo muito bem o casamento de homosexuais, a utilização dos meios anticoncepcionais, o uso do preservativo. Aceito o aborto em quase todos os casos e sou completamente a favor da despenalização das mulheres que o fazem. Pensando assim, interrogo-me se sou católica, coisa que há uns anos afirmava convictamente.
Ando assim, desenquadrada, aos tombos entre o que eu acho certo e o que acham as Instituições com que ao longo da vida me identifiquei.
Parece que só não tenho dramas com o futebol, apenas porque nunca tive clube.
sábado, julho 09, 2005
Contrasenso
Quanto mais barata é a roupa maior a dimensão e o número de etiquetas que lhe estão agarradas.
Isto só pode significar que ainda podia ser mais barata se os fabricantes poupassem em inutilidades.
sexta-feira, julho 08, 2005
Scottish author (1850 - 1894)
É mesmo isto Pitucha.
terça-feira, julho 05, 2005
GMT/RB
O meu Relógio Biológico está com uma grande avaria e parece não ter conserto:
7:00 am (GMT) = 4:00 am (RB)
14:00 pm (GMT) = 18:00 pm (RB)
19:00 pm (GMT) = 1:00 am (RB)
21:00 pm (GMT) = 16:00 pm (RB)
23:00 pm (GMT) = 19:00 pm (RB)
Isto significa que os ponteiros se movimentam aleatoriamente ora no sentido de rotação positiva ora negativa e assim não me oriento. Está mal!
segunda-feira, julho 04, 2005
Moules
Depois da Pitucha ter falado do assunto, ficou a apetecer-me gozar o verão à maneira belga: mexilhões com batatas fritas.
Como não consigo resistir por muito tempo a estes desejos, sábado decidi que era mesmo esta a ementa do jantar. Nunca tinha feito, não tinha receita, nem fui pesquisar, mas na culinária a intuição é fundamental.
Resultado: não sei se algum belga fará melhores moules do que eu : )
Aviso: nada de falar em comidas deliciosas que eu vou fazer a correr.
sexta-feira, julho 01, 2005
Eu, os bichos e os animais
Adoro animais, odeio bichos!
Sou capaz da maior paixão por um animal e o maior ódio por um bicho.
É claro que há muitos animais e poucos bichos. Vale-me isso!
Cães, gatos, ursos, porquinhos-da-índia e bichos-de-conta são animais. Mosquitos que zumbem nos ouvidos, tubarões, aranhas gordas e bichos-prata (uns cinzentos que parecem camarões pequeninos) são bichos horríveis destinatários da minha raiva mais profunda.
Sobre tubarões não vale a pena falar porque deve ser trauma de uma vida anterior, coisa inexplicável, que me faz não ter qualquer desejo de tomar banhos e nadar naquelas águas quentinhas e transparentes das praias paradisíacas que atraem qualquer mortal, entre eles os ditos bichos. Não me ralo nada com a extinção da espécie e brancos, azuis ou martelos, deviam mas era morrer todos. As aranhas também podem ir com eles.
Uma destas noites não dormi quase nada à conta de um desses mosquitos zumbidores que me sugou uma boa litrada de sangue e me ia deixando de tímpano furado e prestes a sair de madrugada para uma consulta de urgência do Júlio de Matos, com o barulho que fazia nas tangentes ao meu ouvido. O raio do bicho devia ser camaleónico porque acendia a luz, de arma em punho para o matar com requinte, e nunca o consegui ver. Na falta de dum-dum, restou-me acender uma luz de outra divisão da casa para que, atraído pelo brilho, me deixasse dormir uma meia hora antes de tocar o despertador. Fiquei possuída de uma tal raiva, só equiparável à que se apodera de mim quando me cruzo com um desses tais bichos-prata, que dizem que roem papel, mas eu acho é que dão cabo do meu sistema nervoso. Mato-os com tamanho gosto e malvadez que nessas alturas me sinto confrontada com o pior que há em mim.
Tudo isto podia muito bem ter sido resolvido com o Dilúvio, não fosse o Noé ter um conceito diferente do meu no que toca à distinção entre bichos e animais.
Há também bichos com corpo de gente mas isso será desenvolvido noutra ocasião.